segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Perguntas Pertinentes Sobre Psicopedagogia Clinica e Institucional


O QUE É PSICOPEDAGOGIA ?

A psicopedagogia é um campo de atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio, da família, da escola e da sociedade no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios. Está pautada numa multiplicidade de áreas de conhecimento objetivando facilitar o processo de aprendizagem não apenas no ambiente escolar, mas em todos os âmbitos: cognitivo, afetivo, social e durante toda vida.



O QUE É PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL?

É uma área de conhecimento que veio para atuar nas áreas: Institucional (seja em escolas, hospitais e empresas, desenvolvendo um trabalho preventivo, voltado para o grupo em um todo) e Clínica com aprendentes em um atendimento individualizado com um trabalho interventivo.

QUANDO É NECESSÁRIO FAZER UM ATENDIMENTO INDIVIDUALIZADO?

Quando a criança, adolescente  apresenta dificuldades permanentes na escola, distúrbios e transtornos de aprendizagens nas diferentes áreas do conhecimento: leitura, escrita, interpretação e produção textual, matemática e outros.

A PSICOPEDAGOGIA É A MESMA COISA QUE O REFORÇO ESCOLAR?

Não.

A Psicopedagogia - tem no seu contexto, tanto os instrumentos específicos de intervenção, quanto uma responsabilidade muito maior, pois trata-se de uma área especializada para diagnosticar e intervir no processo de aprendizagem, investigando e descobrindo outros caminhos  para a criança, adolescente a  aprender e, com isso facilitando, para que a mesma encontre outras alternativas tornando-se, dessa forma, autônoma na aquisição do conhecimento.  A Psicopedagogia trabalha no resgate de capacidades não desenvolvidas pela criança, adolescente e que as mesmas se apresentam como elos necessários para a aprendizagem atual.

O reforço - Preocupa-se apenas em dar continuidade no sentido de resolucionar as atividades advindas da escola, ou seja, não tem a responsabilidade de trabalhar no resgate de capacidades não desenvolvidas pela criança e adolescente.

COMO OCORREM AS INTERVENÇÕES NO CONTEXTO DA PSICOPEDAGOGIA?

No contexto Institucional
Os trabalhos são realizados numa perspectiva grupal e preventiva, tendo como objetivo a socialização, a interação, e a aprendizagem daquilo que se pretende passar, através de um trabalho dinâmico, interativo e contínuo.

No contexto Clínico
A Psicopedagogia não caminha sozinha em nenhum momento; ela precisa manter de forma contínua uma relação com uma equipe multidisciplinar, ou seja, outros especialistas como psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, pedagogos, quanto com os educadores em exercício, para que os processos tanto de intervenção quanto escolar andem juntos e por considerar muitas vezes, a existência de outros sintomas que precisam ser diagnosticados por outras áreas.
Junto a tudo isso, trabalha junto às famílias no sentido de orientá-las no ato de lidar com o aprendente e o sua nova forma de aprender.
Tem como método de intervenção, o método clínico, baseado tanto em observações quanto em questionamentos vindos da compreensão da criança, fazendo relação direta com várias outras áreas do conhecimento como a psicologia, a neuropsicologia, pedagogia e a psicanálise, bem como,  com estratégias onde são colocadas em evidência as capacidades da criança, suas potencialidades, suas áreas fortes para que suas áreas fracas (a área das dificuldades) sejam encorajadas e diretamente atingidas, de forma lúdica, prazerosa fazendo a mesma, internalizar a certeza de que é capaz de ultrapassar tais dificuldades considerando que o ato de aprender é uma atitude volitiva, ou seja, precisa partir dela mesma. 


EM QUE CONTEXTO SURGE A PSICOPEDAGOGIA?


Os primórdios da Psicopedagogia historicamente ocorreram na Europa, ainda no século XIX, evidenciada pela preocupação com os problemas de aprendizagem na área médica.
Naquela época achava-se que os comprometimentos na área escolar eram provenientes de causas orgânicas, pois se procurava identificar no físico as determinantes das dificuldades do aprendente, vinculada à ação do médico. O primeiro centro psicopedagógico foi criado em Paris em 1946. Médicos e pedagogos, cooperativamente, faziam um trabalho destinado a crianças com problemas escolares, ou de comportamento que eram definidas como aquelas que apresentavam doenças crônicas como diabetes, tuberculose, cegueira, surdez ou problemas motores.
Com o objetivo de melhorar a relação professor-aluno surge em 1958, no Brasil, o Serviço de Orientação Psicopedagógica da Escola Guatemala, na Guanabara (Escola Experimental do INEP - Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC). A categoria profissional dos Psicopedagogos organizou-se no país com a divulgação da abordagem psico-neurológica do desenvolvimento humano
Sendo assim a Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do processo de aprendizagem tornando-se uma área de estudo específica que busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo. Ocupa-se do processo de aprendizagem humana: seus padrões de desenvolvimento e a influência do meio nesse processo. É conhecida por atender crianças com dificuldades de aprendizagem, porém é fato que tais dificuldades, distúrbios e patologias podem aparecer em qualquer época da vida sendo também, objeto de estudo do psicopedagogo.

O QUE É PRECISO PARA SER UM PSICOPEDAGOGO?

Estarão em condições de exercício da Psicopedagogia os profissionais graduados em 3º grau, portadores de certificados de curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável trabalho de formação pessoal.
A formação do Psicopedagogo, no Brasil, vem ocorrendo em caráter regular e oficial, desde a década de setenta em instituições universitárias. Esta formação foi regulamentada pelo MEC em cursos de pós-graduação e especialização, com carga mínima de 360 horas. Atualmente existem cursos oficiais nos estados: Amazonas, Pará, Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte.
A psicopedagogia está em vias de regulamentação da profissão o que permitirá a normatização da formação e exercício profissional, possibilitando estender o atendimento psicopedagógico à população de baixa renda, através de convênios de assistência médica e sistemas públicos de saúde e educação.

QUANDO É QUE DEVEMOS RECORRER AOS SERVIÇOS DE UM PSICOPEDAGOGO?

A intervenção psicopedagógica tem como objetivo a assistência às pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem, sendo estas, geralmente encaminhadas pelas escolas, com o objetivo de esclarecer as causas de suas dificuldades. Essas dificuldades de aprendizagem podem ser causadas por diversos fatores e cabe ao psicopedagogo descobri-las.
Sendo assim o Psicopedagogo deve ser procurado sempre que se perceber alguma dificuldade ou transtorno de aprendizagem, quando não vai bem no processo de aquisição do conhecimento, tem dificuldades em aprender, tem problemas escolares, é inquieto, desobediente, desinteressado, desatento ou agressivo.
Em geral é percebida quando a Orientadora solicita a presença da família constantemente na escola ou a professora pede ajuda e esse pedido de ajuda está ligado à aprendizagem. Ai então está na hora de procurar um Psicopedagogo.

COMO É O TRABALHO DE UM PSICOPEDAGOGO?  O QUE ELE FAZ? 

O trabalho psicopedagógico pode adquirir caráter preventivo, clínico, terapêutico ou de treinamento, o que amplia a área de atuação, seja ela escolar - orientando professores, realizando diagnósticos, facilitando o processo de aprendizagem, trabalhando as diversas relações humanas que existem nesse espaço; empresarial - realizando
trabalhos de treinamento de pessoal e melhorando as relações interpessoais na empresa; clínica - esclarecendo e atenuando problemas; ou hospitalar - atuando junto à equipe multidisciplinar no pós-operatório de cirurgias ou tratamentos que afetem a aprendizagem.
Nosso objeto de estudo é o ser que apreende da realidade e constrói o seu conhecimento aprendendo. Portanto para nós a aprendizagem é um processo de construção que se dá na interação permanente do sujeito com o meio que o cerca. Estudamos as características dessa aprendizagem: como se aprende, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las.
Na Instituição o nosso trabalho é preventivo para evitar o aparecimento de problemas de aprendizagem, transformando a atenção individual em grupal, mobilizando o grupo e resgatando, ressignificando o sujeito e o outro (grupo), analisando os sintomas, considerando as relações que existem na instituição. Está mais voltada para a prevenção dos insucessos relacionais e de aprendizagem, se bem que muitas vezes, devemos considerar a prática terapêutica nas organizações como necessária.
Sendo assim, a Psicopedagogia na instituição e para a instituição não se ocupa exclusivamente de um indivíduo e suas particularidades. Ocupa-se sim do funcionamento geral, do processo e dos resultados do aprender em seu interior e do modo como tudo isto pode estar contribuindo para o aparecimento de dificuldades e/ou facilidades de aprendizagem, isto é, sem desvincular-se da concretude de sua origem, de sua história. O enfoque deixa de ser individual para se tornar social e amplia o âmbito da ação, podendo agir com a instituição, ou com grupos que dela fazem parte, sem perder de vista a relação com o todo.
Já em Psicopedagogia Clínica fazemos um trabalho individual e terapêutico, tendo como missão retirar as pessoas da sua condição inadequada de aprendizagem, dotando-as de sentimentos de alta auto-estima e fazendo-as perceber suas potencialidades, recuperando desta forma, seus processos internos de apreensão de uma realidade, nos aspectos: cognitivo, afetivo-emocional e de conteúdos acadêmicos. O atendimento diferenciado pode ir além das questões-problema vinculadas à aprendizagem podendo trazer à tona, mais facilmente, as razões que desencadeiam as necessidades individuais - às vezes alheias ao fator escola, que fazem com que as pessoas sintam-se excluídas, ou excluam-se a si mesmas do sistema educacional.
Desta forma o psicopedagogo contribui significativamente com todos os envolvidos no processo de aprendizagem, pois exerce seu trabalho de forma multidisciplinar numa visão sistêmica, onde todos deverão ter seu “olhar” e sua “escuta” para o sujeito da aprendizagem.
O olhar do psicopedagogo, além de lúcido deve ser esclarecedor, sem julgamentos ou depreciações. Diante de um olhar assim, a aceitação flui naturalmente. E esta aceitação é a condição primeira, a mais necessária para que se inicie o caminho de cura, aliando a teoria à prática.
Concluindo, entre outras coisas, a Psicopedagogia pode levar o sujeito com dificuldades de aprendizagem a descobrir um novo espaço, um novo jeito de se relacionar com sua
modalidade de aprendizagem, levando-o ao desejo de aprender e conseqüentemente favorecendo o seu processo de aprendizagem.



QUAL A RELEVÂNCIA DO TRABALHO DE UM PSICOPEDAGOGO?

É importante ressaltar a psicopedagogia como uma ciência nova que muito tem contribuído para explicar a causa das dificuldades de aprendizagem, pois tem como objetivo central de estudo o processo humano do conhecimento: seus padrões evolutivos normais e patologias bem como a influência (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento (Scoz, 1992; Kiquel, 1991)
A psicopedagogia, por contar com a contribuição de várias áreas do conhecimento, Psicologia, Sociologia, Antropologia, e outros, assume o papel de desmistificadora do fracasso escolar, entendendo o erro apresentado pelo indivíduo no processo de construção do seu conhecimento (Piaget), a as interações (Vygotsky), como fator importante no desenvolvimento das habilidades cognitivas. Sendo assim o psicopedagogo assume papel relevante na abordagem e solução dos problemas de aprendizagem. Não lida diretamente com o problema, lida com as pessoas envolvidas. Lida com o aprendente, com os familiares e com os professores, levando em conta aspectos sociais, culturais, econômicos e psicológicos.
Percebo que a Psicopedagogia também tem papel importante na inserção e manutenção dos alunos com necessidades educativas especiais, comumente chamada inclusão. Entendo que colocar o aluno com necessidades educativas especiais em sala de aula e não criar estratégias para a sua permanência e sucesso escolar inviabiliza todo o movimento nas escolas. Faz-se premente a necessidade de um acompanhamento e estimulação destes alunos para que as suas aprendizagens sejam efetivas.
O trabalho do psicopedagogo é terapêutico centrado na aprendizagem, mas levando-se em consideração o aprendente como um todo, seu meio e suas relações. Cabendo a ele em primeiro lugar, estabelecer um vínculo positivo com o aprendiz, a fim de proporcionar o resgate do prazer de aprender.



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