terça-feira, 22 de outubro de 2013

Como colocar limites em uma criança autista?

Começar desde cedo e não ceder aos gritos é o melhor para a criança


O autismo se caracteriza, entre outros sintomas, por rigidez e inflexibilidade do pensamento, linguagem e comportamento. A criança tende a adotar uma rotina própria, com rituais específicos e a apresentar grande sofrimento ao ter que abrir mão dos mesmos, como interromper gestos repetitivos e mudar de ambiente. Por isso mesmo, os pais podem acabar tendo problemas ao lidar com as crianças, e dúvidas como ?cedemos às suas ameaças ou resistimos??. Mas como todo filho, eles precisam de limites para crescerem felizes, com ou sem autismo

A criança autista tem mais problemas em ser contrariada?

Pelo déficit cognitivo, dificuldade de expressar sentimentos, presença de comportamentos obsessivo-ritualísticos, compreensão literal da linguagem, não aceitação a mudanças e dificuldades nos processos criativos, a criança autista pode ter crises de fúria diante das mudanças impostas. Quando contrariada e ouve um "não", ela se vê diante da frustração e pode reagir com muita raiva. 
A imposição precoce de limites nessas crianças é essencial, embora bem dolorosa, principalmente se os pais exageram na emoção ou culpa, perdendo a razão. Uma dica é estabelecer limites já nos primeiros anos de vida da criança, facilitando o seu aprendizado. Quanto antes a criança aprender a lidar com limites, raiva e frustração, melhor será a sua capacidade adaptativa. Cabe aos pais a decisão do que a criança pode ou não fazer e o ideal é que seja feito sem pena e sim com a certeza de que está se fazendo o melhor para o seu futuro.
A definição de regras a uma criança não é fácil, independente do diagnóstico de autismo, tanto que dificuldades em dar limites são amplamente descritas na literatura de crianças com outros transtornos e até em crianças sem problemas aparentes. Em qualquer situação é sabido que o estabelecimento precoce de limites é essencial a qualquer criança, já nos seus primeiros anos de vida. 
Nas crianças autistas, quanto mais precoce for a colocação de limites, menos penoso será o manejo com a criança ao longo da vida e mais fácil será o seu aprendizado e a sua capacidade adaptativa na vida. Quanto mais claros e objetivos forem os pais, mais rápido a criança entenderá o que é esperado dela, facilitando a sua compreensão de quando o "não" é de fato um "não". A autoridade parental deve ser exercida sem autoritarismo e a última palavra tem que ser sempre dos pais. 

Quando o grau é mais severo

Crianças com graus mais severos de autismo certamente demandarão mais esforços parentais na colocação de limites, até por conta dos prejuízos cognitivos e comportamentais serem mais crônicos. É possível que o sistema nervoso central seja mais imaturo e o quociente de inteligência (QI), menor. Tais déficits cognitivos podem dificultar a compreensão do seguimento de regras de obediência, da capacidade de lidar com a figura de autoridade e de interromper uma atividade prazerosa do momento. Casos mais graves têm demanda de definição de limites mais precoce, para uma melhor educação, sociabilização e amadurecimento cerebral bem como na promoção da saúde global do sistema familiar. 

Equilíbrio entre estímulo ao desenvolvimento com os limites

O compromisso dos pais com o estímulo e consequente desenvolvimento das habilidades infantis faz toda a diferença. Só que nenhuma criança é igual à outra. Por isso, cada família deverá seguir uma receita personalizada e única para a criança autista. 
Conhecimento da doença, bom senso e determinação deverão ser levados em conta no manejo da criança. A sua estimulação, portanto, será individual e de acordo com as suas características, cujos limites terão que ser respeitados e dentro do que ela é capaz de suportar. Os estímulos adequados funcionam como reforçadores positivos ao comportamento da criança. 
As habilidades de uma criança autista podem ser altas ou baixas, dependendo do coeficiente intelectivo e da capacidade de comunicação verbal. Com o tratamento precoce e adequado, algumas crianças autistas poderão desenvolver aspectos de independência ao longo da vida. É do equilíbrio entre a estimulação e o freio nessas crianças que elas desenvolverão ao máximo o seu potencial e habilidades de vida, levando-se em conta os seus limites e o contexto ao qual ela se insere. 

Buscando ajuda

As terapias familiares são uma das peças chaves à educação da criança autista. A família não deve abrir mão do seu lazer, bem-estar e de seus limites. A criança autista deve ser tratada como um membro da família e não como um "soberano" ou um doente, a quem tudo é permitido. 
É recomendado que os pais conversem entre si e decidam as regras da casa. Pais de opiniões distintas criam um meio familiar confuso, com vários canais diferentes de comunicação. Sem parâmetros definidos, a criança pode desafiá-los. Ela aprende que insistindo exaustivamente, acabará obtendo o que deseja, pois os pais acabarão cedendo. A criança manipula os pais "tiranicamente", com total subserviência dos pais aos desejos e caprichos da criança. 
Os pais precisam ser firmes e taxativos no olhar, postura, palavras e atitudes. Jamais gritar ou bater. Resistir ao choro e gritos da criança, apenas contendo comportamentos autoagressivos. Uma rotina diária, justa e coerente favorecerá uma relação de confiança, em que os pais instruem e oferecem um modelo positivo a ser seguido. 
Outra dica importante é o diálogo. Espere um momento tranquilo em casa e converse com seu filho, explique os motivos pelos quais você não poderá satisfazê-lo sempre. Por vezes, não dar qualquer alternativa também é uma boa. Se a hora de sair do computador é 17h, ele deverá sair nesse horário e ponto final. Criando costumes com coerência, a criança tende a ficar menos resistente às regras. 

Lecionando para crianças e adolescentes com autismo: informações para pais e professores compartilharem

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Professores que contam com crianças e adolescentes com transtorno do espectro do autismo em sua sala de aula nem sempre sabem como fazê-los sentirem-se seguros para que aproveitem ao máximo não só a interação social que o ambiente escolar proporciona, mas também a oportunidade de aprendizado.
Os pais e cuidadores podem ajudar passando ao professor informações importantes, como as atividades que os deixam mais tranquilos (como brincar na areia) e as que desencadeiam crises de ansiedade ou de agressividade. Caso não saibam ao certo quais são elas, é importante relatar ao professor alguns casos em que a criança ou adolescente ficou agressivo. É possível que, no dia-a-dia e em meio a outros alunos, o professor identifique quais são as situações exatas que geram as crises, podendo relatá-las aos pais ou cuidadores.
Saber de antemão o grau de tolerância a barulho, estímulos visuais e aglomeração de pessoas prepara o professor para evitar crises. Caso aconteçam, ele deve saber se existe algum objeto, por exemplo, que acalme a criança nesse momento, para que os episódios sejam menos traumáticos. Vale a pena também tentar descobrir que lugares da escola ou mesmo pessoas – alunos ou funcionários – deixam a criança mais tranquila, para recorrer a eles nesses momentos.
Outro dado muito importante que o professor precisa conhecer é qual a maneira de interação que provoca a melhor resposta da criança ou adolescente com autismo. Alguns reagem a expressões faciais exageradas, enquanto outros preferem figuras ou bonecos. Nessa hora, vale a criatividade e a liberdade que as normas da escola permitem para utilizar objetos que estimulem o aprendizado, como fantoches, espelhos, massa de modelar e quebra-cabeças.
Por fim, como qualquer aluno, a criança ou adolescente com autismo tem suas preferências e dificuldades particulares. Informar ao professor em quais atividades seu desempenho é melhor permite o reforço das qualidades, fazendo com que a criança sinta-se valorizada e reconhecida.
Fonte: Autismo Discussion.

Atividades lúdicas para crianças com autismo

O autismo é uma desordem que faz parte de um grupo de síndromes chamada Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD). Essa disfunção afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de socialização (estabelecer relacionamentos) e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente).

O autismo acarreta o comprometimento de 3 principais eixos:
  1. Interações sociais;
  2. Comportamentos estereotipados, repetitivos e restrição de interesses;
  3. Comprometimentos qualitativos na comunicação e na linguagem.
brincar, assim como para qualquer criança, representa um papel importantíssimo para o desenvolvimento da criança autista, pois contribui para a socialização, têm efeitos positivos sobre a aprendizagem, estimula o desenvolvimento de habilidades básicas e a aquisição de novos conhecimentos.

As atividades lúdicas que forem oferecidas para a criança com autismo podem estimular as áreas da interação social, comportamento e comunicação.

Segue algumas ideias de atividades para entreter uma criança com autismo e ainda contribuir para seu desenvolvimento:
  • Passeio no super carro: esta atividade consiste em puxar a criança sobre um colchão ou cobertor pelo quarto. Você deve fantasiar a brincadeira para ser interessante, por exemplo, dizer que agora a criança vai andar no super carro relâmpago McQueen (Disney) e estimular a criança a repetir a palavra passear quando quiser mais. Nesta brincadeira estimula-se a comunicação verbal e período de atenção por 10 minutos ou mais.
  • O sapo comedor de bolhas: para esta atividade você precisará de um fantoche de sapo e bolhas de sabão. A atividade consiste em fazer bolhas de sabão e com entusiasmo e animação fazer o sapo "comer" as bolhas. Dessa forma estimula-se a comunicação verbal quando a criança tem que dizer "bolha" para o sapo comer e o contato visual. O período de atenção é de 5 minutos ou mais.
  • Dado das brincadeiras: esta atividade desenvolve a atenção por 15 minutos ou mais, flexibilidade e participação física. Você precisará de um dado gigante que poderá ser confeccionado com papelão ou tecido. Cada face do dado deve conter uma ação a ser realizada pela criança, por exemplo:
PULAR - deve-se incentivar a criança a repetir a palavra "pular" e junto com ela pular o mais alto que conseguir.

RODAR - girar em torno do próprio eixo com a criança em seu colo.

ESCORREGAR - puxar a criança gentilmente sobre um cobertor.

BALANÇAR - balançá-la em seus braços, em uma rede ou em uma balança.

APERTAR - oferecer massagens com diferentes tipos de movimentos e intensidade de pressões em diversas partes do corpo da criança.

PASSEAR - levar a criança de "cavalinho" em suas costas.

É importante incentivar a pronúncia das palavras a cada atividade.

Muitas outras atividades podem ser encontradas em pesquisas pela internet. Há muito material que pode contribuir para o desenvolvimento das crianças com autismo.

O importante é compreender que ela é uma criança que precisa ser amada acima de tudo e estimulada um pouco mais para que se desenvolva. Livrar-se de todo preconceito e buscar informação são atitudes essências para ajudar uma criança com autismo.
- See more at: http://familia.com.br/atividades-ludicas-para-criancas-com-autismo#sthash.1aFt3i0M.dpuf

Como escolher atividades para crianças com Síndrome de Asperger



Como escolher atividades para crianças com Síndrome de Asperger


Como escolher atividades para crianças com Síndrome de AspergerComo escolher atividades para crianças com Síndrome de Asperger. Crianças com síndrome de Asperger gostam de se focar apenas em uma ou duas coisas que lhe interessam e excluem todo o resto. Jogos divertidos e atividades que façam-nas interagir com o mundo podem ajudar a compensar essa tendência. Naturalmente, cada criança joga de forma diferente, mas aqui estão algumas sugestões.





Instruções

    Passo a passo

  1. 1
    Escolha livros que tenham algum tipo de interação. Livros pop-up, livros com imagens coloridas ou texturas interessantes podem deixá-lo entretido e além disso, ele ainda aprenderá novas palavras.
  2. 2
    Vá ao parque. Exercícios são uma grande forma das crianças desabafarem. Playgrounds melhoram as habilidades motoras além das crianças se divertirem nos carrosséis, escorregadores e no balanços.
  3. 3
    Assista televisão ou filmes juntos e fale sobre os personagens. Você pode explicar o uso do sarcasmo em uma comédia ou explicar porque alguém chora em um drama. Isso pode funcionar como um tutorial que ajudará o seu filho no dia a dia
  4. 4
    Mantenha quebra-cabeças por perto. Crianças com síndrome de Asperger precisam desenvolver suas habilidade espaciais. Quebra-cabeças ou formatos de qualquer tipo são uma maneira divertida de fazer com que as crianças trabalhem com as mãos e pensem como encaixar as peças juntas.
  5. 5
    Jogue jogos de tabuleiro juntos. Isso proporciona interação social da maneira que crianças com Asperger se sentem mais confortáveis. E, como todas as crianças, jogos ajudam as crianças a aprender a lidar com a derrota.
  6. 6
    Cantem juntos. Pesquisas mostram que a música tem um poder importante na socialização em crianças com Asperger. Além disso, como todo mundo, providencia um momento agradável aprendendo novas palavras quando são encaixadas na música.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Dislexia afeta 7% das crianças

Dislexia afeta 7% das crianças

Quanto antes for identificado o transtorno, menores os prejuízos acadêmicos, sociais e psicológicos para crianças e suas famílias
Jonathan Campos/ Gazeta do Povo / Tatiane Cardoso Dorte, 29 anos, com o filho Yan: recuperação rápida após diagnóstico

Tatiane Cardoso Dorte, 29 anos, com o filho Yan: recuperação rápida após diagnóstico
Quando a mãe de Yan, 7 anos, descobriu que o filho tinha dislexia, o menino já havia mudado de escola três vezes por causa de dificuldades no aprendizado. A identificação do problema foi o caminho para que ele finalmente começasse a evoluir nos estudos. Refeitas com um novo método, suas provas que antes tinham notas baixas hoje têm 9 ou 10, resultados que restituíram o interesse pela escola e a aceitação dos colegas.
A história de Yan não é um caso isolado. A dislexia afeta cerca de 7% das crianças, a maioria meninos. Apesar da grande incidência, muitas escolas e professores ainda não estão preparados para lidar com esse transtorno, de difícil diagnóstico. De origem neurobiológica e genética, a dislexia pode comprometer o desenvolvimento das habilidades de escrita, decodificação e pronunciação das palavras. Se tratado a tempo, no entanto, o distúrbio não chega a prejudicar a aprendizagem das crianças.

Diagnóstico
Todos os meses cerca de 2 mil pessoas procuram a Associação Brasileira de Dis­lexia (ABD), em São Paulo, em busca de mais informações sobre o transtorno. Em geral, os pais decidem investigar o problema quando a criança já teve alguns anos de escolarização, com desempenho escolar ruim, dificuldades de socialização e baixa autoestima. Nesse cenário, a descoberta de que a criança poderá superar esses obstáculos é um alívio para muitas famílias.
“O disléxico evolui de forma consistente se conta com um acompanhamento adequado”, diz a neuropsicóloga da ABD Maria Inez Ocanã De Luca. De acordo com a especialista, o estudante com dislexia deve estar inserido na sala de aula comum, com pequenas mudanças. “A prova escrita, por exemplo, não é o melhor método. É mais indicado fazer o exame em uma sala em separado, com alguém lendo as questões e com tempo maior para que elas sejam respondidas”, afirma.
Assim como os óculos auxiliam quem não enxerga bem e as muletas são importantes para quem tem mobilidade reduzida, os disléxicos também precisam de instrumentos pedagógicos para enfrentar seus limites. A neuropediatra Mauren Bodanese explica que esse entendimento é fundamental no acompanhamento dessas crianças, e que as escolas precisam estar dispostas a ajudar. “Enquanto a criança não adquirir a habilidade da leitura e interpretação, como vai ser avaliada no que não sabe fazer? Não é como colocar o cadeirante no colo, mas disponibilizar uma rampa para ele subir”, diz.
Além do acompanhamento adequado, família e escola precisam trabalhar juntas. Na opinião de Fátima Minetto, mestre em Educação e doutora em Psicologia, é necessário que os responsáveis pela criança compreendam a dislexia e saibam como agir. “Não saber do diagnóstico do filho faz com que a criança se construa pelo olhar da angústia dos pais. Isso dificulta que um adulto com dislexia tenha uma vida normal e capaz”, alerta.
Acompanhamento
Com a suspeita de dislexia, a criança precisa de atendimento especializado. Veja o que fazer:
- Para a Associação Brasileira de Dislexia, o ideal é que a criança seja levada a atendimento especializado após o início da escolarização, quando ela começa a ter dificuldades para escrever ou na compreensão de textos.
- Descartada a falha pedagógica da escola, é preciso buscar ajuda profissional. A orientação de um neuropediatra é importante para descartar outros problemas, como deficiência intelectual.
- Em uma avaliação multidisciplinar, exames de exclusão devem ser feitos, como os que verificam deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais e desordens afetivas. Vários profissionais fazem esse trabalho, como fonoaudiólogos e psicopedagogos. Quando há prejuízo emocional, o acompanhamento psicológico é fundamental.
- Além de contar com um ambiente de leitura adequado em casa, silencioso e sem distrações no entorno, as crianças devem saber que têm a dislexia. Assim, podem entender o motivo de suas dificuldades e saber reagir perante as prováveis dificuldades com os estudos e colegas.
- A escola deve atender de forma diferenciada os alunos com dislexia, como é previsto por lei. As modificações vão desde a oferta de tarefas e avaliações diferenciadas, às vezes em forma oral, até mais tempo para a resolução.
- Os pais precisam ser os principais aliados. Além de terem paciência nos momentos de lição de casa e de incentivarem o aprendizado, especialistas sugerem que os pontos positivos da criança sejam elogiados, como os desenhos bonitos que faz, o comportamento atencioso com colegas, a ajuda em casa etc.

UM PROBLEMA REAL O DPAC É UM TRANSTORNO QUE ATINGE 7% DAS CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR

http://www.winaudio.com.br/produtos-e-servicos/noticias-em-audiologia/3754-um-problema-real-o-deficit-do-processamento-auditivo-central-dpac-e-um-transtorno-que-atinge-7-das-criancas-em-idade-escolar.html

Até quando é normal a criança trocar letras na fala? Descubra e corrija o problema



Até quando é normal a criança trocar letras na fala? Descubra e corrija o problema


Especialista dá dicas de como ajudar os pequenos a desenvolver melhor a fala


Até quando é normal a criança trocar letras na fala? Descubra e corrija o problema

Quem não acha uma gracinha os erros de quem está começando a falar? Muitas vezes, pais, parentes e amigos tendem até a reproduzir os erros dos pequenos, fazendo piada. Porém, a repetição e a falta de preocupação com a pronúncia das palavras podem ser prejudiciais para a comunicação das crianças.

Segundo a vice-coordenadora do comitê de linguagem infantil da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Marina Puglisi, os primeiros sons produzidos são os das letras, b, p e m. “Eles são os mais fáceis pois são produzidos apenas com os lábios. Os filhos aprendem ao ver os pais falando e conseguem imitar”, explica. Por isso, as primeiras palavras que eles falam normalmente são “mama” e “papa”.
A partir daí, surgem os sons mais curtos, como o t, q, d. Os mais compridos, como com s e f, são mais difíceis de reproduzir. “A gente espera momentos diferentes para cada tipo de som”, explica a fonoaudióloga. Cada troca na fala é esperada até determinada idade: a repetição, como na troca de “sapato” por “papato”, é feita para simplificar a comunicação e deve ser eliminada até dois anos e meio.
Marina conta que a dificuldade maior fica por conta da junção de duas consoantes, em palavras como “preto”, “braço”, “planta”. Ou ainda, a consoante no final da sílaba, que também pode confundir, como nos vocábulos “porta”, “carta”, “pasta”.
A preocupação deve surgir caso o pequeno atinja os quatro anos e não possua ainda uma fala inteligível. “Não que ele não vá fazer trocas, como as do Cebolinha, por exemplo. Mas nessa idade a conversa já é compreensível”. Porém, não é preciso esperar a criança chegar a essa idade para procurar ajuda profissional. “Os pais precisam prestar atenção à fala dos filhos, se perceberem trocas graves que não conseguem ser corrigidas é preciso procurar uma avaliação”, conta.
Ajuda caseira
Marina dá duas dicas para ajudar a desenvolver as habilidades de conversação em casa:
1) Sempre que a criança falar errado, corrija-a, mas sem brigar ou pedir para repetir a palavra mil vezes. “Se seu filho disser: ‘quero aquele papato’, você simplesmente responde: ‘ah, você quer aquele sapato?’. O treino deve acontecer na situação em que as palavras aparecem, o contexto ajuda na compreensão”, conta.
2) Evite falar de forma errada com ela. “As pessoas tendem a falar de forma infantil com as crianças, porque acham bonitinho. Porém elas estão sendo expostas a um modelo errado e, com isso, vão falar errado”, conta.
Marina Finco

A IMPORTÂNCIA DO PSICOPEDAGOGO FRENTE ÀS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

por: Joelma Gomes Cavalcante Leite
A Psicopedagogia existe há cerca de 40 anos
A Psicopedagogia existe há cerca de 40 anos

A importância do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem 

No Brasil, a Psicopedagogia existe há cerca de 40 anos,vem despertando a atenção de educadores e outros profissionais que trabalham com processo ensino-aprendizagem, ou que tem contato com pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem. 

Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho psicopedagógico na instituição escolar tem como caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e
habilidades para solução dos problemas com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldade de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino. Este artigo surgiu da preocupação existente diante as dificuldades dos alunos em que faz-se construir seus próprios conhecimentos por meio de estímulos, tem justamente o objetivo de fazer uma abordagem sobre a educação e a importância do psicopedagogo diante da instituição escolar. 

Ao considerarmos a aprendizagem com base nos pilares cognitivos e das emoções, fazemos uso dos sentimentos envolvidos na relação professor-aluno e como o processo de ensino é efetivado em função dessa interação. Se o professor não si preocupar com a aprendizagem do aluno, este no final do ano, não terá uma posição satisfatória. Falar da relação professor - aluno é falar de relações humanas, é falar de alegria e da angustia do outro e até da falta de interesse por parte do aluno e suas respectivas dificuldades. Cada um tem uma história diferente, uma linguagem diferente, uma maneira diferente, um incentivo diferente, esses elementos foram construídos pelas múltiplas relações da realidade. 

Na relação educativa, dentro das práxis pedagógica, ele é o sujeito que busca uma nova determinação em termos de patamar crítico da cultura elaborada. Ou seja, é um ser humano que busca adquirir um novo patamar de conhecimentos, habilidades e modo de agir. Mas, o próprio aluno não tem essa visão e muitas vezes se angústia dentro da escola porque ao chegar ali traz de casa o auto-conceito e auto-estima a partir das relações que desenvolve com os pais ou pessoas de seu convívio diário. O professor, em sala de aula, não pode destruir essa relação. O educando não pode ser considerado, pura e simplesmente, como massa a ser informada, mas sim como sujeito, capaz de construir a si mesmo, desenvolvendo seus sentidos, entendimentos e inteligências, a educação escolar não pode exigir uma ruptura com a condição existente sem suprir seus elementos. Há uma continuidade dos elementos anteriores e, ao mesmo tempo uma ruptura, formando o novo. O que o aluno traz de seu meio familiar e social não deve ser suprimido bruscamente, mas sim incorporado às novas descobertas da escola. 

Quando uma criança aprende um novo modo de executar uma brincadeira, um modo de ser, não suprime o modo anterior, ao contrário, incorpora o modo anterior ao novo modo de execução. É o novo que nasce do velho, incorporando-o por superação (Luckesi, 1994, p. 118). 
Assim as relações entre os professores e alunos, as formas de comunicação, os aspectos afetivos e emocionais, a dinâmica das manifestações na sala de aula, segundo Libâneo (1994), fazem parte das condições organizativas do trabalho docente, juntamente com os aspectos cognitivos e sócio-emocionais da relação professor-aluno. Isso significa que o trabalho docente se caracteriza não apenas pelo preparo pedagógico e científico do professor e de toda a equipe da escola, mas também, pelo constante vaivém entre as tarefas cognoscitivas colocadas pelo professor e o nível de preparo dos alunos para resolverem as tarefas. 

A importância do psicopedagogo frente às dificuldades de aprendizagem começa a configurar-se quando se toma consciência das dificuldades dos alunos e cuida-se em apresentar os objetivos, os temas de estudos e as tarefas numa forma de comunicação clara e compreensível, juntamente com o professor e na escola, em um todo. As formas adequadas de comunicação concorrem positivamente para a interação professor-aluno e outros que fazem parte do contexto escolar.



Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online : Mais de 1000 cursos online com certificado 
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/21210/a-importancia-do-psicopedagogo-frente-as-dificuldades-de-aprendizagem#ixzz2ceon206g

Quem precisa de Psicopedagogo?

Quem precisa de Psicopedagogo?

Caso você tenha dificuldade para assimilar conteúdos escolares ou tarefas em seu trabalho, falhas na memória, falta de concentração ou qualquer outra que impeça o seu desenvolvimento, é preciso identificar os motivos dessas dificuldades.
Quando existe a dificuldade para articular o “eu” e o “outro”, significa falta de autonomia para a aprendizagem. Neste caso acontece uma discrepância entre o corpo, o pensamento e a emoção. Se você tem dificuldade de interação, tem a sensação de estar ameaçado quando está em grupo, você necessita da intervenção do psicopedagogo. Quando a pessoa se sente excluída, precisa de uma equipe estruturada para ajudá-lo com as questões cognitivas, sócio afetivo e com a autoconfiança. É com o apoio e intervenção adequada de um psicopedagogo que o sujeito pode ter sucesso na vida escolar, profissional e social. A partir do estudo da origem da dificuldade em aprender, o psicopedagogo desenvolve atividades que estimulam as funções cognitivas que não estão ativadas no paciente e a questão afetiva e social. O psicopedagogo contribui para a construção da autonomia e independência, através da relação com “como eu aprendo” e “como me relaciono com o saber”.

Como é o tratamento psicopedagógico?
O tratamento psicopedagógico está voltado para a construção do conhecimento. O psicopedagogo utiliza recursos como: dramatizações, jogos, leituras, diálogos, desenhos, computador, projetos e outras maneiras que serão descobertas no decorrer dos atendimentos.
O objetivo é identificar a melhor forma de se aprender e o que pode estar causando o bloqueio na aprendizagem do paciente. Esses meios também são indicados para
desenvolver a maturidade, os limites, raciocínio, a concentração e atenção, a capacidade de ganhar e perder…


Quanto Tempo Dura um Atendimento Psicopedagógico?
Tanto o atendimento quanto o tratamento psicopedagógico dependem da necessidade do sujeito.
Os recursos utilizados pelo profissional vão de acordo com o paciente: dramatizações, jogos, leituras, diálogos, desenhos, computador, projetos e outras maneiras que serão descobertas no decorrer dos atendimentos.

Exame de sangue vai detectar autismo antes do aparecimento dos sintomas

Exame de sangue vai detectar autismo antes do aparecimento dos sintomas

Pesquisa melhora a compreensão da ligação entre as bactérias presentes no estômago e o desenvolvimento da doença 

Dr. Derrick MacFabe, líder do estudo
Dr. Derrick MacFabe, líder do estudo
       


Cientistas da Western University, no Canadá e da University of Arkansas, nos EUA, descobriram a presença de um marcador sanguíneo único que pode levar a um exame de sangue para identificar e potencialmente tratar o autismo, antes do aparecimento dos sintomas.
A descoberta favorece ainda a compreensão da possível ligação entre as bactérias presentes no estômago e o desenvolvimento de autismo.
A equipe, liderada por Derrick MacFabe e Richard Frye, encontrou evidências de um metabolismo energético anormal em um grande subgrupo de crianças autistas, que foi coerente com descobertas biológicas anteriores feitas por MacFabe e sua equipe durante a última década, o que prova que essas anormalidades metabólicas podem surgir, não só de fatores genéticos, mas a partir de compostos produzidos por certos tipos de espécies bacterianas encontradas frequentemente no intestino de pessoas com autismo.
Evidências recentes sugerem que anormalidades biológicas em muitas pessoas com transtornos do espectro autista (ASD) não estão restritas ao cérebro, mas podem envolver outros sistemas do corpo, incluindo os sistemas imune, de geração de energia, de desintoxicação e o digestivo. Estas alterações podem aparecer devido a alteração da função das mitocôndrias, produtores de energia das células.
"Perturbações do espectro do autismo afetam até uma em 88 pessoas. E o número parece estar aumentando. Muitos têm problemas digestivos e metabólicos, mas como esses problemas se relacionavam com o comportamento autista não estava claro", afirma MacFabe.
Estudando 213 crianças, os pesquisadores descobriram que 17% das crianças com autismo tinham um padrão único de marcadores sanguíneos do metabolismo da gordura, chamado acil-carnitina, bem como outras provas de funcionamento anormal da energia celular, como redução na glutationa.
"Este estudo sugere que o autismo em alguns pacientes pode surgir a partir de alterações na função mitocondrial e no metabolismo da gordura após a exposição ambiental ao ácido propiônico produzido por bactérias no intestino", explica MacFabe.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Sites recomendados:

AMA - Associação de Amigos do Autista:

ABPp - Associação Brasileira de Psicopedagogia:

ABDA - Associação Brasileira do Déficit de Atenção:

ABD - Associação Brasileira de Dislexia:

ABRE: 

ABRATA - Associação Brasileira de Familiares e Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos:

ABENEPI - Associação Brasileira de Neurologia e Psiquiatria Infantil e Profissões Afins:

ABPC - Associação Brasileira de Psicoterapia Cognitiva:

ASTOC - Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo:

Observatório da Infância: 

Psiquiatria Infantil:

SaferNet Brasil:

Todos Pela Educação:

UNIAD - Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas:

Sites para aprendizagem:

ABC BEBELÊ - MODO INTELIGENTE E DIVERTIDO DE APRENDER:

Aprender é comigo:

RachaCuca-jogos online:


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ensino Superior

Ensino Superior

Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa. O indicador reflete o expressivo crescimento de universidades de baixa qualidade.
Criado em 2001, o Inaf é realizado por meio de entrevista e teste cognitivo aplicado em uma amostra nacional de 2 mil pessoas entre 15 e 64 anos. Elas respondem a 38 perguntas relacionadas ao cotidiano, como, por exemplo, sobre o itinerário de um ônibus ou o cálculo do desconto de um produto.
O indicador classifica os avaliados em quatro níveis diferentes de alfabetização: plena, básica, rudimentar e analfabetismo (mais informações nesta pág.). Aqueles que não atingem o nível pleno são considerados analfabetos funcionais, ou seja, são capazes de ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações.
Segundo a diretora executiva do IPM, Ana Lúcia Lima, os dados da pesquisa reforçam a necessidade de investimentos na qualidade do ensino, pois o aumento da escolarização não foi suficiente para assegurar aos alunos o domínio de habilidades básicas de leitura e escrita.
"A primeira preocupação foi com a quantidade, com a inclusão de mais alunos nas escolas", diz Ana Lúcia. "Porém, o relatório mostra que já passou da hora de se investir em qualidade."
Segundo dados do IBGE e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), cerca de 30 milhões de estudantes ingressaram nos ensinos médio e superior entre 2000 e 2009. Para a diretora do IPM, o aumento foi bom, pois possibilitou a difusão da educação em vários estratos da sociedade. No entanto, a qualidade do ensino caiu por conta do crescimento acelerado.
"Algumas universidades só pegam a nata e as outras se adaptaram ao público menos qualificado por uma questão de sobrevivência", comenta. "Se houvesse demanda por conteúdos mais sofisticados, elas se adaptariam da mesma forma."
Para a coordenadora-geral da Ação Educativa, Vera Masagão, o indicativo reflete a "popularização" do ensino superior sem qualidade. "No mundo ideal, qualquer pessoa com uma boa 8.ª série deveria ser capaz de ler e entender um texto ou fazer problemas com porcentagem, mas no Brasil ainda estamos longe disso."
Segundo Vera, o número de analfabetos só vai diminuir quando houver programas que estimulem a educação como trampolim para uma maior geração de renda e crescimento profissional. "Existem muitos empregos em que o adulto passa a maior parte da vida sem ler nem escrever, e isso prejudica a procura pela alfabetização", afirma.
Jovens e adultos. Entre as pessoas de 50 a 64 anos, o índice de analfabetismo funcional é ainda maior, atingindo 52%. De acordo com o cientista social Bruno Santa Clara Novelli, consultor da organização Alfabetização Solidária (AlfaSol), isso ocorre porque, quando essas pessoas estavam em idade escolar, a oferta de ensino era ainda menor.
"Essa faixa etária não esteve na escola e, depois, a oportunidade e o estímulo para voltar e completar escolaridade não ocorreram na amplitude necessária", diz o especialista.
Ele observa que a solução para esse grupo, que seria a Educação de Jovens e Adultos (EJA), ainda tem uma oferta baixa no País. Ele cita que, levando em conta os 60 milhões de brasileiros que deixaram de completar o ensino fundamental de acordo com dados do Censo 2010, a oferta de vagas em EJA não chega a 5% da necessidade nacional.
"A EJA tem papel fundamental. É uma modalidade de ensino que precisa ser garantida na medida em que os indicadores revelam essa necessidade", diz Novelli. Ele destaca que o investimento deve ser não só na ampliação das vagas, mas no estímulo para que esse público volte a estudar. Segundo ele, atualmente só as pessoas "que querem muito e têm muita força de vontade" acabam retornando para a escola.
Ele cita como conquista da EJA nos últimos dez anos o fato de ela ter passado a ser reconhecida e financiada pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). "Considerar que a EJA está contemplada no fundo que compõe o orçamento para a educação é uma grande conquista.”
Fonte: O Estadão

Sobre as dificuldades de aprendizagem…

Sobre as dificuldades de aprendizagem…

©Mª Dulce Miguens Gonçalves Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade de Lisboa
Numa perspectiva de senso comum, só alguns alunos têm dificuldades de aprendizagem. Para todos os outros, a grande maioria, tudo decorre normalmente, sem problemas nem sobressaltos. Esta forma de descrever as dificuldades de aprendizagem (pensar que “uns têm e outros não”) está, infelizmente, muito difundida na nossa sociedade. E nesta perspectiva, nenhum pai deseja saber que o filho está a passar por dificuldades ou precisa de ajuda. “Estará doente, atrasado, traumatizado? Por culpa de quem? E porquê o meu filho?” Sucedem-se os rótulos, as dúvidas, as ansiedades: “Será deficiente? O que fizemos de errado? O que vai acontecer?”

Sentir e ultrapassar dificuldades. ..

São assim a maior parte dos processos de descoberta e pesquisa científica. São assim as verdadeiras aprendizagens, aquelas que ficam para a vida, que nos mudam como pessoas e nos fazem crescer. São aprendizagens que promovem o desenvolvimento intelectual, ético, emocional. E sobretudo nestas aprendizagens, a dificuldade é parte integrante do processo. Pode haver momentos de “insight” (descoberta por uma intuição súbita - “eureka!”). Mas mesmo isso, surge muitas vezes depois de muita reflexão, de muitas tentativas e erros. Compreender, e sobretudo compreender o que numa ideia é essencial (aquilo que permite usá-la e relacioná-la com outras ideias), pode ser causa de muitas dificuldades... porque há dificuldades que são a matéria prima da própria aprendizagem. A forma como aprendemos, o que conseguimos aprender (ou não) depende em grande parte do que pensamos e sentimos em relação a nós próprios e ao nosso futuro. Mas além disso, depende muito da forma como concebemos a aprendizagem e de algumas certezas absolutas que tanto influenciam o nosso comportamento.

A dificuldade de definir “dificuldades…”

Nalguns países, a definição de dificuldade de aprendizagem é tão diferente e imprecisa que, se uma criança muda de região ou de estado, pode passar a ser avaliada de acordo com critérios diferentes, isto é, pode passar a ser classificada de forma diferente. Em Portugal, em função dos critérios de avaliação e diagnóstico definidos para uma escola ou turma, uma criança pode deixar de “ter” (ou passar a “ter”) um distúrbio ou uma dificuldade de aprendizagem. Em Portugal não existe nenhum sistema de avaliação e classificação oficial de Dificuldades de Aprendizagem, preferindo-se a designação necessidades educativas especiais.
Mas, até certo ponto, porque todos somos diferentes, todos temos necessidades educativas específicas:
  • alguns alunos precisam de muito tempo para fazer as coisas, outros só trabalham bem sob pressão.
  • alguns alunos precisam de estudar sozinhos e em silêncio, outros com um ruído de fundo (num café, por exemplo)
  • para alguns alunos é quase impossível estudar de manhã, preferindo o fim da tarde ou mesmo a noite.
  • alguns precisam de ler muitas vezes, outros preferem escrever (copiar, fazer resumos, tomar notas), a outros basta estar com muita atenção nas aulas para conseguir extrair as ideias fundamentais.
As necessidades de aprendizagem de cada aluno variam em função das matérias, das disciplinas, das situações e emoções do momento. Por isso, a questão nunca deve ser colocada de uma forma demasiado simples e redutora.
As dificuldades não são uma característica do aluno, caracterizam a forma como o aluno se está a relacionar com uma situação de aprendizagem.

O que podem fazer os pais?

Todos os alunos têm direito a um vasto conjunto de medidas pedagógicas e psicológicas que os ajudem a desenvolver a sua aprendizagem da melhor forma possível. Quando o aluno, os pais ou os professores estão insatisfeitos com a qualidade da aprendizagem (com os resultados escolares, com a capacidade de utilização dos conhecimentos adquiridos, com o seu contributo para o projecto de vida do aluno) é preciso parar para pensar, observar e descrever objectivamente a situação.
  • Que objectivos de aprendizagem o aluno ainda não alcançou?
  • Qual o seu nível de desempenho actual?
  • Como tem vindo a evoluir?
  • Que tentou fazer o próprio aluno? e os professores? e os pais?
  • Que mais se pode fazer?
  • Quem pode ajudar?
  • Como se podem registar e medir eventuais progressos?
Este tipo de análise é normalmente realizado no contexto escolar, por vezes em colaboração com os pais. Os pais podem ser convocados pelo director de turma para tomarem conhecimento ou para darem o seu parecer sobre algumas medidas de apoio.
Os objectivos de um contacto com a escola:
  • Ficar a saber se a escola partilha ou não de algumas das suas preocupações.
  • Comparar o desempenho do seu filho com o desempenho do grupo-turma a que pertence.
  • Perceber a que ritmo está a progredir o aluno.
  • Identificar outras necessidades e dificuldades identificadas pela escola.
  • Identificar formas de apoio que a escola pode proporcionar: acompanhamento por psicólogo, planos de apoio, complementos educativos e actividades extracurriculares.
  • Articular os seus esforços educativos com os da escola.

Prevenção de factores de risco.

As dificuldades de aprendizagem podem surgir em qualquer situação, idade ou momento do seu percurso escolar. Aprender exige esforço, persistência, coloca sempre dificuldades. Algumas tarefas escolares são repetitivas, rotinas que requerem motivação e persistência. Outras surgem com um grau de dificuldade crescente, exigindo uma constante evolução do aluno.
Perante um obstáculo, um erro ou um insucesso, os alunos reagem de diferentes modos: Alguns sentem maior empenho e insistem, por brio ou teimosia. Outros ficam aflitos, tendem a culpabilizar-se, sentem-se tristes, impotentes, e acabam por desistir. Alguns estão sempre a pedir ajuda, outros nem reparam que o problema existe.
Algumas destas formas de reagir, aumentam a motivação e conduzem a um melhor desempenho. Outras, pelo contrário, são prejudiciais, geram apatia e diminuem a qualidade do desempenho. Se surgirem de uma forma persistente, estes “hábitos mentais” aumentam o risco de insucesso, depressão e ansiedade. Um “hábito mental” é uma tendência pessoal para pensar e reagir de uma determinada maneira.
A forma como o aluno reage perante situações de dificuldade, pode determinar de forma significativa o seu nível de sucesso, de realização e desenvolvimento pessoal.
risco de dificuldades de aprendizagem é maior quando nos habituamos a sentir e a reagir de determinadas maneiras. Isto é, algumas atitudes e tendências pessoais são mais positivas efuncionais do que outras.

As dificuldades ajudam a aprender?

Acreditar que aprender é fácil, esperar que seja, surprender-se quando surgem dificuldades, insucessos, problemas, isso sim pode ser uma enorme dificuldade. Pensar desta forma fomenta a auto-indulgência e a passsividade do aluno. Pode diminuir muito a sua probabilidade de sucesso, porque diminui a sua capacidade de reagir e de enfrentar os problemas.
A aprendizagem, como a vida, é feita de problemas.
Acreditar que os problemas são obstáculos inesperados, injustos e insuportáveis é irrealista e pouco funcional. Ao contrário, acreditar que as dificuldades fazem parte do processo, que sãodesafios ou mesmo oportunidades pode ter um efeito mobilizador e resultados mais positivos.
Nenhum aluno está imune a dificuldades de aprendizagem. Mas quando elas surgem, a forma como o aluno reage é determinante. Uma atitude preventiva não pode eliminar todos os riscos, mas pode fortalecer os chamados factores de protecção. Quando as dificuldades surgirem, os seus efeitos serão menos graves, menos persitentes, menos prejudiciais. Muitos alunos são capazes de resolver, de ultrapassar a maior parte das suas dificuldades. Outros podem aprender a fazê-lo: com a ajuda dos pais, dos professores. Ou com a ajuda especializada de um Psicólogo Educacional, através de programas de treino individual ou em grupo. Objectivo: desenvolver atitudes e tendências pessoais mais facilitadoras do sucesso, aprender hábitos e métodos de estudo mais eficazes.

Como lidar com crianças com “dificuldades de aprendizagem"?

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Diagnóstico e acompanhamento


O termo 'dificuldade de aprendizagem' começou a ser usado na década de 60 e até hoje - na afetar qualquer área do desempenho escolar.

Na maioria dos casos é na escola que a criança sinaliza, e o professor o primeiro a identificar que a criança está com alguma dificuldade. Mas os pais e demais membros da família devem ficar atentos ao desenvolvimento e ao comportamento da criança.
Segundo especialistas, as crianças com dificuldades de aprendizagem podem apresentar desde cedo um maior atraso no desenvolvimento da fala e dos movimentos do que o considerado 'normal'.
Mas os pais têm que ter cuidado para não confundir o desenvolvimento normal com a dificuldade de aprender. A criança tem um processo diferente de desenvolvimento - umas aprendem a andar mais cedo, outras falam mais cedo, não há um 'padrão' de desenvolvimento, portanto é importante que os pais respeitem o desenvolvimento natural da criança. Nesta fase o acompanhamento do pediatra torna-se indispensável para a avaliação precoce das reais dificuldades, estando atentos a cada fase do desenvolvimento e esclarecendo as expectativas dos pais.
No período escolar, crianças com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incômodo com as tarefas escolares gerados por um sentimento de incapacidade, que leva à frustração.
Neste caso, valorizar o que a criança sabe para fortalecer sua "autoestima". Mostrar para a criança o quanto ela e boa em tarefas na qual ela tem habilidade e incentivá-la a desenvolver outras tarefas nas quais ela não está produzindo de forma satisfatória, é fundamental.
É preciso que ela se sinta segurança e que tenha a atenção necessária, estes fatores poderão contribuir para que a criança supere as frustrações. Criar um ambiente adequado para que ela desenvolva o estudo e estabelecer limite de horários para a realização das tarefas são outras dicas importantes, é preciso criar desde cedo autonomia e responsabilidade em relação aos estudos. O que não se deve confundir é dificuldade de aprendizagem com falta de vontade de realizar as tarefas.
Problemas de aprendizagem podem ser causados por uma simples preferência por determinadas disciplinas ou assuntos. Se os pais acreditam que seu filho apresenta dificuldades de aprendizagem, devem procurar um profissional para receber as orientações. Um acompanhamento multidisciplinar ajudará na avaliação das dificuldades.
Caso o diagnóstico da criança for dificuldade cognitiva, a criança deve ser encaminhada para um psicopedagogo que poderá ajudar no desenvolvimento dos processos de aprendizagem. Se for gerado por fator emocional, psicólogos com especialização em clinica infantil, são os profissionais adequados para realizar uma avaliação e tratar da criança. Ainda o acompanhamento com o neurologista ou o fonoaudiólogo é indispensável diante deste diagnóstico.
Para obter resultados concretos é preciso ser feito um trabalho em conjunto entre pais, escolas e especialistas, que deverão estar envolvidos com um único objetivo: ajudar a criança. E é imprescindível que os pais estejam atentos, conheçam seus filhos e conversem frequentemente com eles para que possam detectar quando algo não vai bem.

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
O que é e como acontece?
A aprendizagem e a construção do conhecimento são processos naturais e espontâneos do ser humano que desde muito cedo aprende a mamar, falar, andar, pensar, garantindo assim, a sua sobrevivência. Com aproximadamente três anos, as crianças são capazes de construir as primeiras hipóteses e já começam a questionar sobre a existência.
A aprendizagem escolar também é considerada um processo natural, que resulta de uma complexa atividade mental, na qual o pensamento, a percepção, as emoções, a memória, a motricidade e os conhecimentos prévios estão envolvidos e onde a criança deva sentir o prazer em aprender. O estudo do processo de aprendizagem humana e suas dificuldades são desenvolvidos pela Psicopedagogia, levando-se em consideração as realidades interna e externa, utilizando-se de vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os. Procurando compreender de forma global e integrada os processos cognitivos, emocionais, orgânicos, familiares, sociais e pedagógicos que determinam à condição do sujeito e interferem no processo de aprendizagem, possibilitando situações que resgatem a aprendizagem em sua totalidade de maneira prazerosa.
Segundo Maria Lúcia Weiss, “a aprendizagem normal dá-se de forma integrada no aluno (aprendente), no seu pensar, sentir, falar e agir. Quando começam a aparecer “dissociações de campo” e sabe-se que o sujeito não tem danos orgânicos, pode-se pensar que estão se instalando dificuldades na aprendizagem: algo vai mal no pensar, na sua expressão, no agir sobre o mundo”. Atualmente, a política educacional prioriza a educação para todos e a inclusão de alunos que, há pouco tempo, eram excluídos do sistema escolar, por portarem deficiências físicas ou cognitivas; porém, um grande número de alunos (crianças e adolescentes), que ao longo do tempo apresentaram dificuldades de aprendizagem e que estavam fadados ao fracasso escolar pôde frequentar as escolas e eram rotulados em geral, como alunos difíceis. Os alunos difíceis que apresentavam dificuldades de aprendizagem, mas que não tinha origens em quadros neurológicos, numa linguagem psicanalítica, não estruturam uma psicose ou neurose grave, que não podiam ser considerados portadores de deficiência mental, oscilavam na conduta e no humor e até dificuldades nos processos simbólicos, que dificultam a organização do
pensamento, que consequentemente interferem na alfabetização e no aprendizado dos processos lógico-matemáticos, demonstram potencial cognitivo, podendo ser resgatados na sua aprendizagem.
Raramente as dificuldades de aprendizagem têm origens apenas cognitivas. Atribuir ao próprio aluno o seu fracasso, considerando que haja algum comprometimento no seu desenvolvimento psicomotor, cognitivo, linguístico ou emocional (conversa muito, é lento, não faz a lição de casa, não tem assimilação, entre outros.), desestruturação familiar, sem considerar, as condições de aprendizagem que a escola oferece a este aluno e os outros fatores intraescolares que favorecem a não aprendizagem.
As dificuldades de aprendizagem na escola, podem ser consideradas uma das causas que podem conduzir o aluno ao fracasso escolar. Não podemos desconsiderar que o fracasso do aluno também pode ser entendido como um fracasso da escola por não saber lidar com a diversidade dos seus alunos. É preciso que o professor atente para as diferentes formas de ensinar, pois, há muitas maneiras de aprender. O professor deve ter consciência da importância de criar vínculos com os seus alunos através das atividades cotidianas, construindo e reconstruindo sempre novos vínculos, mais fortes e positivos. O aluno, ao perceber que apresenta dificuldades em sua aprendizagem, muitas vezes começa a apresentar desinteresse, desatenção, irresponsabilidade, agressividade, etc. A dificuldade acarreta sofrimentos e nenhum aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria.
Durante muitos anos os alunos foram penalizados, responsabilizados pelo fracasso, sofriam punições e críticas, mas, com o avanço da ciência, hoje não podemos nos limitar a acreditar, que as dificuldades de aprendizagem, seja uma questão de vontade do aluno ou do professor, é uma questão muito mais complexa, onde vários fatores podem interferir na vida escolar, tais como os problemas de relacionamento professor-aluno, as questões de metodologia de ensino e os conteúdos escolares.
Se a dificuldade fosse apenas originada pelo aluno, por danos orgânicos ou somente da sua inteligência, para solucioná-lo não teríamos a necessidade de acionarmos a família, e se o problema estivesse apenas relacionado ao ambiente familiar, não haveria necessidade de recorremos ao aluno isoladamente.
A relação professor/aluno torna o aluno capaz ou incapaz. Se o professor tratá-lo como incapaz, não será bem sucedido, não permitirá a sua aprendizagem e o seu desenvolvimento. Se o professor, mostrar-se despreparado para lidar com o problema apresentado, mais chances terá de transferir suas dificuldades para o aluno.
Os primeiros ensinantes são os pais, com eles aprendem-se as primeiras interações e ao longo do desenvolvimento, aperfeiçoa. Estas relações, já estão constituídas na criança, ao chegar à escola, que influenciará consideravelmente no poder de produção deste sujeito. É preciso uma dinâmica familiar saudável, uma relação positiva de cooperação, de alegria e motivação. Torna-se necessário orientar aluno, família e professor, para que juntos, possam buscar orientações para lidar com alunos/filhos, que apresentam dificuldades e/ou que fogem ao padrão, buscando a intervenção de um profissional especializado.


Dicas para os pais:
1. Estabelecer uma relação de confiança e colaboração com a escola;
2. Escute mais e fale menos;
3. Informe aos professores sobre os progressos feitos em casa em áreas de interesse mútuo;
4. Estabelecer horários para estudar e realizar as tarefas de casa;
5. Sirva de exemplo, mostre seu interesse e entusiasmo pelos estudos;
6. Desenvolver estratégias de modelação, por exemplo, existe um problema para ser solucionado, pense em voz alta;
7. Aprenda com eles ao invés de só querer ensinar;
8. Valorize sempre o que o seu filho faz, mesmo que não tenha feito o que você pediu;
9. Disponibilizar materiais para auxiliar na aprendizagem;
10. É preciso conversar, informar e discutir com o seu filho sobre quaisquer observações e comentários emitidos sobre ele.
Cada pessoa é uma. Uma vida é uma história de vida. É preciso saber o aluno que se tem, como ele aprende. Se ele construiu uma coisa, não pode-se destruí-la. O psicopedagogo ajuda a promover mudanças, intervindo diante das
dificuldades que a escola nos coloca, trabalhando com os equilíbrios/desequilíbrios e resgatando o desejo de aprender.
Por: Nádia Maria Dias da Silva